segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Histórias da realidade improvável - 46

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"Sim, eu amo-o", confessou a mulher que foi vista com o comandante do Costa Concordia

Foram vistos juntos na noite da tragédia, beberam vinho. E agora a moldava Domnica Cemortan não poupa palavras de afecto para Francesco Schettino, o comandante do Costa Concordia que é hoje um dos homens mais odiados em Itália. “Sim, eu amo-o, e não é justo que estejam a destruir a sua imagem.”
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Domnica Cemortan tem 25 anos, sorriso discreto, cabelo loiro pelos ombros. Tornou-se uma testemunha-chave para a investigação do que aconteceu a 13 de Janeiro, quando o navio Costa Concordia adornou junto à ilha italiana de Giglio, porque várias testemunhas disseram tê-la visto à mesa do comandante Francesco Schettino. As autoridades judiciais interrogaram-na durante seis horas e ouviram uma declaração de amor.

“Sim, é verdade, estou apaixonada pelo comandante Schettino”, admitiu Domnica Cemortan quando foi interrogada pelos magistrados da procuradoria de Grosseto, responsável pela investigação.

Segundo o diário La Stampa, Domnica Cemortan garantiu que Schettino estava aos comandos do navio no momento em que este embateu nas rochas e se voltou. A bordo iam mais de 4200 pessoas, o desastre causou pelo menos 17 mortos e há ainda 15 desaparecidos.

Ainda que testemunhas tenham relatado que a viram a jantar com Schettino, Domnica Cemortan disse aos procuradores que jantou com amigos e só depois passou na mesa do comandante. No entanto, um dos passageiros, Ângelo Fabbri, garantiu ter visto os dois a jantar e adiantou que beberam, pelo menos, uma garrafa de vinho.

Ele tê-la-á convidado a visitar o centro de comando do navio e era lá que ela estava quando se deu o embate, tal como disse aos magistrados.

Schettino tem 52 anos, é casado, tem uma filha adolescente e está em prisão domiciliária, acusado por crimes múltiplos de homicídio por negligência e abandono do navio após a colisão. Para Domnica Cemortan ele é “um herói” que salvou muitas vidas. “Salvou centenas de vidas, talvez milhares”, disse durante o interrogatório. Era também isso que já tinha dito em declarações a uma estação de televisão italiana, mas nessa altura negou que tivesse qualquer relação com o Schettino.

Para além de Domnica Cemortan, nesta quarta-feira foi também interrogado Roberto Ferrarini, responsável da unidade de crises da Costa Cruceros, a empresa proprietária do navio, com quem Schettino falou ao telefone 17 vezes após o desastre. No seu testemunho, acusou o comandante de ter minimizado os danos no navio. “Disse-me que tinha embatido, mas estava muito tranquilo. Não falou em nenhum momento de risco de naufrágio.”


Correio da Manhã 

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