quinta-feira, 4 de abril de 2013

It's a wonderful life.










Sobre a rapariga vietnamita que fugia das bombas, cuja imagem ficou célebre, já falámos, mas falaremos mais detalhadamente um dia, se pudermos. A sua história é extraordinária, e foi contada num livro único, The Girl in the Picture, de Denise Chong. Também tentaram saber quem era o rapaz judeu do gueto de Varsóvia. The Boy. A Holocaust Story, de Dan Porat, o livro que daí resultou, é  menos concludente e convincente.

         O que aqui nos traz é mais uma história de reencontros, que Malomil tanto aprecia. São «metáfora da vida», como diria alguém que conheço bem, ao fim de 9 anos de convívio muito próximo.  A história conta-se em poucas palavras. Há 40 anos, um marine sul-vietnamita, Bao Tran, salvou uma criança na Guerra do Vietname. Bao Tran entregou-a a um orfanato religioso, a criança foi para os Estados Unidos, onde foi adoptada por uma família americana com o nome de Kimberley Mitchell. Curiosamente, também viria a seguir a carreira militar, formando-se na Academia Naval.
 
Bao Tran e Kim Mitchell
 

 
         Como refere o Albuquerque Journal, há dias, no Novo México, Kimberley Mitchell reencontrou-se com o homem que a resgatou da morte provável há quatro décadas. Nunca se tinham  visto. Uma história americana, com final feliz. Gente feliz com lágrimas. É caso para isso. Que teria sucedido à bebé se acaso não tivesse sido resgatada por Bao Tran, que nem inglês sabe falar? Provavelmente, hoje estaria morta. E nada disto, nada desta vida, que é a sua, teria acontecido. Obviamente, não teria existido reencontro algum, nem Bao Tran estaria ali, fardado no Novo México, dizendo na sua língua que ver um dia a criança que salvara era um sonho que alimentou durante décadas. Não sei se estes reencontros serão a metáfora da vida ou a vida feita metáfora. Em qualquer caso, bom dia a todos, com mais um tónico Frank Capra. It's a wonderful life.
 
António Araújo
 
 
 
 

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