quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Natália, por Dacosta.

 
 
 
 
 
 
«Natália quebra o silêncio: Francisco, veja se encontra um sítio onde possamos parar, de outro modo perdemo-nos.» Baptista Russo lobriga uma zona ajardinada e detém o carro. De seguida, volto a vê-la erguer os braços, a compenetrar-se, a recitar a toada da feiticeira açoriana, volto a ver a chuva parar, as nuvens a abrirem-se e (substituindo o Sol) a Lua a resplandecer, cheia, gloriosa. Logo o BMW retoma o andamento, veloz, a caminho da magnífica Toledo, onde chegamos a horas do encontro poético.
         À entrada do hotel a borrasca estatela-se outra vez sobre a terra. De soslaio, Natália olha-nos com sorriso de Gioconda.»
 
(Fernando Dacosta, O Botequim da Liberdade. Como Natália Correia marcou, a partir de um pequeno bar de Lisboa, o século XX português, Alfragide, Casa Das Letras, 2013, p. 35)

2 comentários:

  1. Quem é que comprará esta merda de livro?, desta caca de autor? Felizmente estes lindos excertos aqui são grátis. O pior, é que ainda assim estamos todos aqui a perder tempo.

    ResponderEliminar