A luz.

 

 

 

 

 

 

Bernardo,

 

Muitas das tuas atitudes são desculpáveis.

Todos sabemos o que passaste (e ainda continuas a passar).

Mas para tudo há limites e, se os ultrapassas, deixas de contar comigo.

Sabes bem que quando o teu pai era vivo, nada houve entre nós. Depois de

morrer, já não tem de prestar a contas a ninguém.

Gostava que tivesses isso bem presente e que o lembrasses à prima Ângela

para ver se ela muda de rumo.

Custa-me vê-la cada vez mais ensimesmada, sempre a matutar em pensamentos obscuros.

Lembra-lhe que, como o diz a gravurinha, " A luz atrai a luz e repele a

matéria".

(Vai assim mesmo que eu não aceito o acordo ortográfico).

Tua irmã,

Tesourinha