segunda-feira, 11 de maio de 2015

De profundis.

 
 
 
 

«− (…) não acredito que fique indiferente ao facto de muita gente achar que o Guilty é uma casa de prostituição.
Vou explicar porquê. Eu não posso esconder que tenho uma fama de mulherengo. Qualquer homem com dinheiro, que não se droga e que não bebe, tem de ter um vício. Eu gosto de mulheres bonitas. Não é nenhum segredo. Já me separei várias vezes por outras mulheres. Acontece. É o único problema que tenho. Que graças a Deus não é nenhum problema! Podem falar que aquilo tem miúdas que fazem isto e aquilo. Mas nunca assisti. Em qualquer sítio que venda copos à noite há sempre umas miúdas mais oferecidas e há sempre droga. Vamos deixar de ser hipócritas: de facto eu pago presenças às miúdas. Não vou mentir.
− Presenças é uma coisa, prostituição é outra.
Dentro do meu restaurante, quando sei que alguma miúda faz uma proposta, já não é nossa Oliviette. Sim, porque é verdade que existem as Oliviettes. Isto faz-se em todo o lado da Europa, mas mais uma vez fui o pioneiro em Portugal. Fui o pioneiro a trazer miúdas e a pagar-lhes para fazerem presenças. Agora fazem todos igual. Se for ao Main tem miúdas giras, Se calhar, se fizer o seu trabalho de casa, também elas se vendem. E não é por causa disso que se diz que o Main é só putas. Porquê? Porque, como o Guilty é mais pequenino, se eu tenho 20 miúdas, automaticamente para o português aquilo é uma casa de putas. O Guilty é a noite mais gira de Lisboa para um homem solteiro ou até casado que se queira divertir – em vez de ir para o Elefante Branco, que é mesmo de putas. Ali não são putas, são miúdas. E ou ele tem jeito ou não tem, mas isso já é problema dele.»
(Olivier Costa, cozinheiro, Sol/Tabu, de 8-5-2014)


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